A DANÇA VIVE NAS MEMÓRIAS DOS CORPOS.
Vive em quem fez e faz a Dança pulsar em qualquer corpo.
Hoje vamos saber um pouco mais sobre os indicados a Destaque em Projeto de Formação e Difusão em Dança no Prêmio Açorianos de Dança 2019.
Aqui as indicações com as considerações feitas pelas juradas Cândida Oliveira e Fernanda Santos:
- A B C DANÇA FESTIVAL INFANTIL – por promover o intercâmbio entre diferentes grupos e escolas de Dança para crianças, ampliando a visão do público para a diversidade das criações e proporcionando, através de um parecer técnico, o crescimento na formação dos jovens bailarinos.
- DANÇA E SAÚDE MENTAL – por proporcionar uma vivência no qual a Dança não é mera ferramenta terapêutica ou recreativa, mas uma experiência de criação artística, proporcionando a pessoas que estão em situação de cuidado por sofrimento psíquico uma experiência que as leva a ressignificar seu lugar no mundo e por dar visibilidade a estas criações para diferentes públicos.
- DEGUSTAÇÃO DE MOVIMENTOS COM O MÍMESE – Por aproximar o público do fazer em Dança tornando acessíveis metodologias e rotinas de trabalho de bailarinas e bailarinos a um público não necessariamente familiarizado com a dança.
- MUSOS E MUSAS DO CEPRIMA – Por apresentar e incentivar a prática da dança na comunidade do bairro Santa Maria Goretti, promovendo a formação e a socialização de adultos e idosos.
- PROJETO DANÇA & PARKINSON – por proporcionar a pessoas com doença de Parkinson e seus acompanhantes uma experiência em dança que amplia as possibilidades de experienciar o mundo através do movimento.
Saiba um pouco mais sobre cada indicação:
A B C DANÇA FESTIVAL INFANTIL
ABC Dança Festival Infantil é um projeto desenvolvido para ser um espaço de acolhimento às crianças e profissionais da dança para aperfeiçoamento e aprendizado. Com o intuito de unir o lado positivo das mostras, onde há a oportunidade de apresentação sem pressão competitiva para as crianças, e o lado positivo dos festivais, a avaliação e troca de experiências profissionais, nasceu este evento que visa principalmente ser uma oportunidade para jovens bailarinos experienciarem o palco de forma divertida, onde seu tempo e desenvolvimento são respeitados e, ainda assim, gerar ao professor/coreógrafo a oportunidade de observação e avaliação de um profissional de qualidade. O evento ocorre anualmente em julho, no Teatro CIEE desde 2016.
O projeto - idealizado por Samanta Medina e realizado pelo Ballet de Base - recebeu também indicação ao Destaque em Ballet por “proporcionar uma experiência com o Ballet Clássico desenvolvida e pensada para as crianças, que respeita o tempo de cada pequena aprendiz, de forma lúdica e por proporcionar um espaço para as escolas apresentarem seus trabalhos recebendo uma avaliação que visa aprimorar e conscientizar os educadores em sua prática.”
DANÇA E SAÚDE MENTAL
O Projeto Dança e Saúde Mental é desenvolvido pela bailarina, coreógrafa e educadora somática Maria Albers há mais de 10 anos, tendo acontecido ao longo destes anos em parceria com diferentes espaços de formação e cuidado em Saúde Mental, como o CAPS II do Hospital de Clínicas, a Escola de Saúde Pública/RS e o CAPS II Aquarela de Esteio, e também junto a coletivos artísticos, tal qual o Grupo NAU da Liberdade, Cia Accademia Della Follia e o Grupo Cênico Coração Balão. Em todos estes espaços, o projeto visou e visa contribuir com o cuidado em Saúde Mental através da Dança, a partir do conceito de cuidado em cena, em que a Dança é vista não apenas como ferramenta terapêutica, mas como potente dispositivo de criação artística entre pessoas que estão em sofrimento psíquico.
DEGUSTAÇÃO DE MOVIMENTOS COM O MÍMESE
O Projeto Degustação de movimentos com o Mímese é um momento para compartilhar metodologias que preparam um corpo para a dança. A cada 15 dias, o grupo abre seu espaço de trabalho para receber pessoas da comunidade e compartilhar suas danças. Se vale de informações e procedimentos de preparação corporal, da improvisação e da composição coreográfica, como recursos para tecer relações entre as pessoas do grupo e as demais pessoas que vêm “degustar os movimentos”. O público que vai ao Degustação é eclético; nem sempre é formado por pessoas que já têm experiência em dança, por isso o grupo tece analogias com ações cotidianas e as aproveita para tornar acessível o trabalho a todas as pessoas que chegam para dançar. Realizado pelo Projeto de Extensão "Mímese cia de dança-coisa" (que em 2020 completa 18 anos de existência) e pelo "Projeto de Pesquisa de Linguagem Autoral em Dança" (ambos coordenados por Luciana Paludo e vinculados ao Curso de Licenciatura em Dança da UFRGS), o Degustação conta com o importante apoio do Departamento de Difusão Cultural e do Centro Cultural da UFRGS.
Orquestrado por Luciana, o projeto é organizado em colaboração, por todas as pessoas que integram o grupo Mimese: Adrielle Paulino, Aline Brustolin, Anne Plein (Bolsista de Pesquisa), Frederico Corteze, Gabriela Paludo Sulczinski, Jeferson Cabral, Joelene Lima, Letícia Dall’Agnol, Luana Fonseca D’Avila (Bolsista de Pesquisa), Pâmela Sabrine e Pedro Herencio. Também conta com a interlocução, à distância, de dois integrantes do grupo que não residem mais em Porto Alegre, Letícia Guimarães e Luiz André Cancian.
Para os integrantes do Mimese, o Projeto Degustação de movimentos tem sido um momento formativo, com ampla discussão acerca de atividades docentes, bem como, de estratégias de abrangência da dança para públicos diversos.
O projeto também foi indicado a destaque em Dança Contemporânea por compartilhar metodologias e procedimentos de composição do projeto de extensão com a comunidade, incentivando a difusão da linguagem da Dança Contemporânea a um público mais amplo.
MUSOS E MUSAS DO CEPRIMA
O grupo Musos e Musas do CEPRIMA foi formado há 6 anos com o objetivo de mostrar que qualquer um pode dançar, além de promover a felicidade através da Dança. Entre seus integrantes há bailarinas de 40 a 86 anos e um bailarino de 62. Para a coreógrafa do CEPRIMA, a professora Jaqueline Musse, as atividades ofertadas no Centro têm caráter transformador na vida das alunas: “Muitas são senhoras que só ficavam em casa, cuidando da família, e de repente elas se veem em um palco, sendo musas, e isso pra autoestima delas é fundamental”. O grupo integra as atividades do Centro da Comunidade Primeiro de Maio (CEPRIMA) e todas as aulas são gratuitas.
PROJETO DANÇA & PARKINSON
O projeto de extensão “Dança & Parkinson” está sendo desenvolvido há 5 anos e tem como objetivo proporcionar aulas de dança para indivíduos com Doença de Parkinson, buscando a melhora da qualidade de vida. Vinculado à pesquisa, conta com a colaboração de alunos de doutorado e mestrado e alunos bolsistas de extensão e iniciação científica acadêmicos do curso de Licenciatura em Dança, na ESEFID/UFRGS. Atualmente, participam 30 pessoas com doença de Parkinson e seus acompanhantes. As aulas ocorrem duas vezes por semana e são planejadas a partir da busca pela melhora qualitativa no quadro físico, psicológico e emocional dos participantes, direcionando as práticas através do aprendizado básico de técnicas de Dança de Salão.
Equipe Artística e Técnica responsável: Aline Nogueira Haas (coordenadora projeto, professora Curso Licenciatura em Dança e do Programa de Pós-graduação em Ciência do Movimento Humano da UFRGS, coordenadora do Grupo de Estudos em Arte, Corpo e Educação); Marcela dos Santos Delabary (vice-coordenadora do projeto, Licenciada em Dança, Mestre em Ciências do Movimento Humano, UFRGS); Mariana Wolffenbuttel (bolsista iniciação científica, aluna do Curso de Licenciatura em Dança UFRGS); Djefri RamonPereira (bolsista de extensão, aluno Curso de Licenciatura em Dança UFRGS); Maria Vitória Andreazza Duarte (bolsista ica, aluna do Curso de Licenciatura em Dança UFRGS); Rebeca Gimenez Donida (colaboradora do projeto, Licenciada em Dança, Mestre em Ciências do Movimento Humano, UFRGS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário