Cláudio Etges - Personalidade do Ano - Prêmio Açorianos de Dança 2019

Iniciaremos hoje uma série de postagens falando um pouco das trajetórias das indicadas e indicados ao Prêmio Açorianos 2019. São mais de 100 indicações entre artistas, grupos, projetos, técnicas e técnicos que movimentam a cena da dança em Porto Alegre. Em setembro conheceremos vencedoras e vencedores em uma cerimônia virtual. Desejamos que a partilha dessas histórias possa despertar os vestígios sensíveis das nossas memórias, abrindo espaços de respiro nesse momento difícil que estamos atravessando. A Arte, e quem faz dela o seu ofício, têm sido vital para nos oferecer possibilidades de existir.

Cláudio Etges

Começaremos com chave de ouro, falando do Prêmio Especial - Personalidade do Ano que este ano vai para Claudio Etges, cuja história de 40 anos como fotógrafo se entrelaça à história da Dança, guardando em seu organizado acervo uma memória inestimável da cena em Porto Alegre. Desde 1980, dedica-se profissionalmente a fazer o registro de grupos de Dança e Teatro em Porto Alegre e no interior do Estado, trabalho este que resultou em um dos maiores acervos fotográficos do movimento cultural gaúcho, com a publicação de livros, exposições e no recebimento de prêmios e homenagens. Na Dança é particular sua perspicácia em captar o efêmero do instante, o momento que o corpo está em sua potência máxima de expressividade.

Espetáculo Quem é? da Terpsí - Teatro de Dança. 1989.
Na foto de Cláudio Etges, Ângela Spiazzi e Sandra Sachs. 

Claudio Alberto Etges, gaúcho de Porto Alegre, formado em psicologia pela UNISINOS, desenvolve uma carreira dedicada à fotografia da arte, em especial a dança, o teatro e a música, e, pela qualidade do seu trabalho, tem fotos publicadas em outdoors, cartazes, CDs, livros, revistas, e jornais de abrangência nacional e internacional.

Vem realizando atualmente o registro de importantes Escolas de Dança e Festivais em Porto Alegre, no interior do estado e em Santa Catarina. Desenvolve também um trabalho documental de expressão pessoal em estúdio e em eventos especiais.

Ao longo do seu trabalho, realizou exposições em diferentes espaços culturais de Porto Alegre, do interior do estado e de Santa Catarina e integrou a equipe de fotógrafos que publicou um livro em comemoração aos 150 anos do Theatro São Pedro.

Na fase inicial de sua carreira, quando as fotos ainda eram analógicas, Cláudio fazia também as revelações e ampliações, além de preparar seus próprios líquidos reveladores para poder atender às necessidades específicas das fotos de cena, onde quase não há luz natural. 

Recebeu em 1996 o Prêmio Especial do Açorianos, por seu trabalho como fotógrafo das Artes Cênicas; em 2003, o Troféu Bandoneon, por contribuir com o trabalho fotográfico na divulgação do tango na imprensa; e em 2004, o “Destaques da Dança” oferecido pelo teatro do SESI, entre outros prêmios e homenagens.

A foto é um mergulho no tempo. Porque tu olha uma foto que tu estava presente em uma situação, pode ter passado vinte anos, mas tu volta pra lá, tu lembra daquilo, às vezes, claro, quando a tua memória não te atrapalha, tu vai olhar a foto e tu vai lembrar. [...] aquela sensação como se o tempo ele... se mexesse, sabe?

Trecho de entrevista feita com Cláudio Etges por Verônica Prokopp, extraída de sua dissertação de mestrado sobre as fotografias de Etges na memória da trajetória do grupo Terra. Está disponível AQUI. 

Site do artista: claudioetges.com.br